Allan Kardec

Allan Kardec

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

O Selvagem Desencarnado


O homem selvagem, que se reconhece dominador na hierarquia animal, cruel habitante da floresta, que apura a inteligência, através da força e da astúcia, na escravização dos seres inferiores que se lhe avizinham da caverna, desperta, fora do corpo denso, qual menino aterrado, que, em se sentindo incapaz da separação para arrostar o desconhecido, permanece, tímido, ao pé dos seus, em cuja companhia passa a viver, noutras condições vibratórias, em processos multifários de simbiose, ansioso por retomar_a_vida_física que lhe surge à imaginação como sendo a única abordável à própria mente.
        Não dispõe, nessa fase, de suprimento espiritual que o ajude a pensar em termos diferentes da vida tribal em que se apóia.
        O espetáculo da vastidão cósmica perturba-lhe o olhar e a visita de seres extraterrestres, mesmo benevolentes e sábios, infunde-lhe pavor, crendo-se à frente de deuses bons ou maus, cuja natureza ele próprio se incumbe de fantasiar, na exiguidade das próprias concepções.
        Acuado na choça, onde a morte lhe furtou o veículo_físico, respira a atmosfera morna em que se acasalam os seus herdeiros do sangue, para somente ausentar-se do reduto doméstico quando a família se afasta, instada por duras necessidades de subsistência e de asilo.
        E o homem primitivo que desencarnou, suspirando pelo devotamento dos pais e, notadamente, pelo carinho do colo materno, expulso do vaso fisiológico, não tem outro pensamento senão voltar — voltar ao convívio revitalizante daqueles que lhe usam a linguagem e lhe comungam os interesses.

Fontes:
www.guia.heu.nom.br;
Livro: "Evolução em Dois Mundos", página 89, de André Luiz, pelo Médium Chico Xavier;
Romeu L. Wagner, Belém, Pará. 

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