Allan Kardec

Allan Kardec

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Laboratório de Amor


O que fazer quando alguém deseja se alfabetizar? Certamente o caminho mais fácil será buscar a escola.
Quando desejamos aprender um ofício, buscar uma profissão? Vamos às escolas técnicas, à Universidade.
Lá, certamente encontraremos meios, possibilidades e recursos para nossa formação.
E quando desejamos aprender a amar? Qual a melhor escola a buscar?
Após breve reflexão, percebemos, através de nosso cotidiano, de nossa vida de relação, grande e indispensável escola.
Não existe fórmula para aprender a amar sem conviver. Toda possibilidade de relacionamento com o próximo é convite para o aprendizado do amor.
É natural que, quanto mais frequente, quanto maior a convivência, maiores sejam os desafios e as oportunidades para essa aprendizagem.
Dessa forma, a vida em família, o viver sob o mesmo teto, a intimidade do cotidiano familiar possibilitam incomparável laboratório de experimentação.
Por essa razão é que a Providência Divina ali coloca muitos daqueles seres com compromissos adquiridos desde muito tempo.
Sob a tutela do lar encontraremos ou reencontraremos almas que, de alguma forma, se vinculam à nossa História por já termos vivido outras experiências reencarnatórias, em tempo próximo ou distante.
Sob nova vestimenta, com outros vínculos de relação, no ambiente do lar se apresentam possibilidades de experiências necessárias à nossa economia moral.
Não raro, desafetos do ontem renascem sob vínculos sanguíneos a fim de superar as diferenças.
Vítimas e algozes de relações passadas, agora sob o abençoado véu do esquecimento, reiniciam suas lides nos liames do lar.
Assim também amores se reencontram, almas afins se programam para as experiências em regime de comunhão cooperativa, com planejamentos estabelecidos antes do nascimento.
É por essa razão que o lar será sempre a oficina bendita, o laboratório por excelência, no exercício do amor.
Por isso mesmo é natural que relacionamentos familiares, por vezes, se apresentem em fase de construção dos laços de afeto e bem querer.
Importante tenhamos em mente que o acaso não é fator que defina a estrutura de nossa família.
Portanto, por mais desafiadoras sejam as relações familiares, serão essas as mais necessárias e ricas em aprendizado.
Entendendo-as como operosa lide nos exercícios do coração, perceberemos que mesmo antagonismos e atritos que surjam nessa convivência são processos naturais entre os recém matriculados aprendizes do amor.
Superando divergências, iremos aos poucos renovando paisagens íntimas e restabelecendo parâmetros em nossa intimidade.
Ausentarmo-nos ou fugirmos desses relacionamentos será adiar compromisso perante aqueles que constituem hoje nosso universo familiar.
Entendermos que as dificuldades de relação são passíveis de serem melhoradas, e mesmo superadas, desde que haja vontade, denota maturidade e desejo de ajustamento.
Assim, entendamos nosso lar, por mais difícil que às vezes se nos apresente como a melhor escola que a vida nos proporciona.
E somos todos, aqueles que nos relacionamos na intimidade da família, professores uns dos outros, no maravilhoso desafio do aprendizado do amor.

Fontes:
Redação do Momento Espírita, em 27/12/2014;
Romeu L. Wagner, Belém, Pará.

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