Com sua plena aceitação pelo poder civil, a Igreja do século IV
progrediu livremente. As conversões se multiplicaram, atingindo as
massas. Criaram-se por toda parte novas sedes episcopais e a religião
cristã passou a dominar sobretudo no Oriente, na Ásia Menor, Armênia e
Trácia, exercendo também grande influência na Síria, Egito, África do
Norte e sul da Espanha. Por outro lado, difundiram-se debilmente na
Itália, Sicília e penínsulas balcânica e ibérica. Para a Igreja,
entretanto, as conversões obtidas sob pressão oficial representavam
vantagens relativas, pois a falta de convicção dos convertidos
enfraquecia a religiosidade. A vida eucarística sofrera um afrouxamento e
certos bispos preocupavam-se com o elevado número de fiéis que só
participavam do sacrifício por ocasião das grandes festas. O culto,
apesar da diversidade de formas, devida aos costumes locais, conservava
sempre o caráter de uma celebração de mistérios:
-
a parte essencial do ato eucarístico realizava-se com as portas fechadas, entre os iniciados.
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O sacramento da penitência era realizado publicamente, conforme as expiações exigidas.
Ao lado das formas oficiais de culto, existiam numerosos
tipos de devoção popular que a hierarquia se esforçava por controlar e
integrar. O povo necessitava de uma religião que respondesse a seus
problemas e por isso buscava intercessores mais próximos, no culto dos
mártires. Firmara-se o costume dos banquetes funerários, em homenagem a
esses santos, realizados em suas tumbas, e aceitos com reservas pela
Igreja. Difundira-se também o costume da veneração de relíquias dos
mártires e rapidamente surgiram abusos: havia andarilhos que vendiam os
membros dos santos. Tal problema se acentuou ao ponto de o imperador
Teodósio promulgar urna lei proibindo a transferência e comércio de
relíquias. Graças ao mesmo culto, desenvolveu-se a prática das
peregrinações. Multidões viajavam até santuários consagrados a mártires
célebres e também aos lugares santos da Palestina, onde já se erguiam
basílicas em Belém, no Calvário e no monte das Oliveirais.
Fontes:
www.guia.heu.nom.br;
Revista Abril Cultural, matéria "As Grandes Religiões".
Romeu L. Wagner, Belém, Pará.
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