Todos temos mãe. Presente, ausente, bonita ou nem tanto, culta ou analfabeta sempre existe mãe, na vida de cada pessoa.
É com essa criatura especial que aprendemos lições que nos acompanham vida afora.
Quando crianças, de um modo geral, consideramos que mãe é aquela pessoa que sabe ser estraga-prazeres muito além da medida.
É
aquela que nos chama para fazer o dever de casa justo na hora em que a
brincadeira estava no auge. Ou quando estávamos prestes a passar para o
próximo nível, no game.
É
aquela que só sabe nos falar de obrigações: ir à escola, estudar para a
prova, recolher a roupa espalhada pelo quarto, limpar a cozinha, varrer
a calçada.
Parece que ela tem um computador que somente fica elaborando tarefas e mais tarefas.
Na adolescência, é a constante vigia das nossas saídas, dos telefonemas, do uso da Internet.
E sonhamos com o dia em que possamos nos liberar de tudo isso.
Nem nos apercebemos que para ela corremos, ao menor problema.
Quando pequenos, qualquer machucado nos faz gritar: Mãe!
Quando uma criança maior nos ameaça bater, corremos na busca de refúgio entre seus braços.
E
quando as primeiras desilusões amorosas nos fazem acreditar que nunca
seremos felizes é no regaço dela que encontramos um coração amoroso a
nos dizer: Espera, amanhã é novo dia. Espera: o amor chegará e te fará feliz.
Quando chegamos à idade adulta, nos damos conta do extraordinário ser que é a mãe.
E, quando temos nossos próprios filhos, repetimos muitas das lições recebidas dela.
Finalmente,
quando a maturidade vai salpicando de prata e neve os nossos cabelos, a
memória nos recorda como era sábia nossa mãe.
O
compositor brasileiro Tom Jobim, recordando sua mãe, dizia que ela era
uma pessoa sempre de bem com a vida e, por vezes, engraçada.
Contava
que, certa vez, transitava de bonde pelo Rio de Janeiro, com sua mãe.
Sentado, começou a mexer com os pés até que, de repente um dos sapatos
soltou-se e caiu.
Ele se levantou e ficou olhando o calçado parado, no meio da rua, enquanto o bonde continuava a se distanciar sempre mais.
Vendo seu desassossego, a mãe lhe perguntou: O que aconteceu?
Quando informou o que ocorrera, ela se abaixou, tirou o sapato que ainda estava no pé do filho e o lançou para fora.
Mãe, por que fez isso?
Ora, meu filho, quem encontrar um, encontrará o outro e poderá usar.
* * *
Sabedoria das mães. Que nós, filhos, a saibamos aproveitar.
Aprender com elas a amar, disciplinar e, em verdadeiro holocausto, renunciar aos filhos para os doar ao mundo.
Que as saibamos honrar com nossa presença e nossa gratidão, enquanto conosco.
E
que não as esqueçamos, nos dias da saudade que virão, após sua partida.
Que haja preces subindo aos céus pela joia preciosa que nos deu a vida
física, nos amou, educou, ensinando-nos a andar com os próprios pés e
desejar alcançar as estrelas.
Fontes:
Redação do Momento Espírita. Em 05.09.2011.
Romeu L. Wagner, Belém, Pará.
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