Você já pensou que o nosso grande problema, nas relações pessoais, é que desejamos que os outros sejam iguais a nós?
Em
se falando de amigos, desejamos que eles gostem exatamente do que
gostamos, que apreciem o mesmo gênero de filmes e música que constituem o
nosso prazer.
No âmbito familiar, prezaríamos que todos os componentes da família fossem ordeiros, organizados e disciplinados como nós.
No
ambiente de trabalho, reclamamos dos que deixam a cadeira fora do
lugar, papel espalhado sobre a mesa e que derramam café, quando se
servem.
Dizemos
que são relaxados e que é muito difícil conviver com pessoas tão
diferentes de nós mesmos. Por vezes, chegamos às raias da infelicidade,
por essas questões.
E isso nos recorda da história de um menino chamado Pedro. Ele tinha algumas dificuldades muito próprias.
Por exemplo, quando tentava desenhar uma linha reta, ela saía toda torta.
Quando
todos à sua volta olhavam para cima, ele olhava para baixo. Ficava
olhando para as formigas, os caracóis, em sua marcha lenta, as
florzinhas do caminho.
Se ele achava que ia fazer um dia lindo e ensolarado, chovia. E lá se ia por água abaixo todo o piquenique programado.
Um
dia, de manhã bem cedo, quando Pedro estava andando de costas contra o
vento, ele deu um encontrão em uma menina e descobriu que ela se chamava
Tina. E tudo o que ela fazia era certinho.
Ela nunca amarrava os cordões de seus sapatos de forma incorreta nem virava o pão com a manteiga para baixo.
Ela sempre se lembrava do guarda-chuva e até sabia escrever o seu nome direito.
Pedro
ficava encantado com tudo que Tina fazia. Foi ela que lhe mostrou a
diferença entre direito e esquerdo. Entre a frente e as costas.
Um dia, eles resolveram construir uma casa na árvore. Tina fez um desenho para que a casa ficasse bem firme em cima da árvore.
Pedro
juntou uma porção de coisas para enfeitar a casa. Os dois acharam tudo
muito engraçado. A casa ficou linda, embora as trapalhadas de Pedro.
Bem no fundo, Tina gostaria que tudo que ela fizesse não fosse tão perfeito. Ela gostava da forma de Pedro viver e ver a vida.
Então
Pedro lhe arranjou um casaco e um chapéu que não combinavam. E toda vez
que brincavam, Tina colocava o chapéu e o casaco, para ficar mais
parecida com Pedro.
Depois, Pedro ensinou Tina a andar de costas e a dar cambalhotas.
Juntos, rolaram morro abaixo. E juntos aprenderam a fazer aviões de papel e a fazê-los voar para muito longe.
Um com o outro, aprenderam a ser amigos até debaixo d'água. E para sempre.
Eles aprenderam que o delicioso em um relacionamento é harmonizar as diferenças.
Aprenderam
que as diferenças são importantes, porque o que um não sabe, o outro
ensina. Aquilo que é difícil para um, pode ser feito ou ensinado pelo
outro.
É assim que se cresce no mundo. Por causa das grandes diferenças entre as criaturas que o habitam.
* * *
A Sabedoria Divina colocou as pessoas no mundo, com tendências e gostos diferentes umas das outras.
Também em níveis culturais diversos e degraus evolutivos diferentes.
Tudo
para nos ensinar que o grande segredo do progresso está exatamente em
aprendermos uns com os outros, a trocar experiências e valorizar as
diferenças.
Fontes:
Redação do Momento Espírita com base no livro
Pedro e Tina, de autoria de Stephen Michael King,
ed. Brinquebook. 08.03.2010.
Pedro e Tina, de autoria de Stephen Michael King,
ed. Brinquebook. 08.03.2010.
Romeu L. Wagner, Belém, Pará.
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