Quando
se fala em caridade, logo consultamos mentalmente os bolsos ou a conta
bancária, para verificar se podemos dispor de algum valor em benefício
dos financeiramente mais necessitados.
Todavia, entre dar moedas para quem delas precise e dar-se em prol do semelhante, vai grande distância.
Não
negamos que a caridade material é muito importante para quem não possui
o mínimo necessário. Entretanto, é importante que pratiquemos também
caridade moral, que é a mais difícil, porém a mais meritória.
Por caridade moral entende-se o perdão, a paciência, a tolerância, o tempo para ouvir um desabafo etc.
Conforme
ensinou Jesus, referindo-se ao óbolo da viúva, quando damos o que nos
faz falta, ou o que nos é difícil praticar, será mais meritório, aos
olhos de Deus, do que dar o que nos sobra ou perdoar a quem amamos.
Assim, as mais belas doações que a Humanidade conhece foram realizadas de forma diversa da simples esmola.
Gandhi, sem qualquer posse, deu-se à luta pela não violência, tornando-se um símbolo de paz e doando a vida em holocausto pelo ideal libertador que o abrasava.
Irmã
Dulce, a veneranda religiosa aparentemente frágil, doou-se aos irmãos
carentes até os últimos instantes de sua existência sobre a face da
Terra. E embora não possuísse bens materiais, foi um exemplo vivo de
caridade e amor ao próximo.
Francisco
de Assis, após despir a túnica que pertencia ao genitor e renunciar ao
nome da família, fez as mais preciosas oferendas, dando-se a si mesmo a
ponto de tornar-se santo da Humanidade.
Jesus, que não possuía uma pedra para reclinar a cabeça, embora as aves do céu tivessem ninhos e as serpentes covis, é o excelente exemplo da maior doação de que se tem notícia na história da Humanidade.
Quantos
homens e mulheres, seguindo-Lhe as pegadas, deram e doaram-se ao amor
pelo próximo, vitalizando a esperança no mundo, através dos tempos.
Se meditarmos em profundidade, descobriremos as fortunas de amor escondidas no nosso mundo íntimo.
Basta
que a boa vontade e a abnegação se façam garimpeiros e descubram as
gemas da caridade maior de que podemos dispor fartamente, endereçando-as
a todas as criaturas do roteiro por onde transitamos.
Esta
forma superior de dar-se, nos fará bem, nos fará sentir ditosos,
porquanto perceberemos que estamos doando-nos, e a autodoação é a única
forma de encontrar a felicidade.
* * *
O
gesto em flor de ternura, a gota do sentimento nobre, a palavra em
música de compreensão, o pão em bênção alimentícia, o poema do perdão
são orvalho da caridade.
E a caridade é como sublime fragrância que perfuma primeiramente o frasco que a transporta em sua intimidade.
Fontes:
Redação do Momento Espírita com base no cap.34, do livro
Rumos libertadores, pelo Espírito Joanna de Ângelis,
psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed.Leal.
Em 05.08.2009.
Rumos libertadores, pelo Espírito Joanna de Ângelis,
psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed.Leal.
Em 05.08.2009.
Romeu L. Wagner, Belém, Pará.
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